Entenda
o que é a betatrofina, a “sucessora da insulina”
Descoberta de novo e poderoso hormônio que multiplica as células
produtoras de insulina pode representar um enorme avanço terapêutico para
diabéticos.
Pesquisadores do Instituto de Células-Tronco da Universidade de
Harvard, nos EUA, tiveram uma agradável surpresa recentemente. Enquanto
estudavam maneiras de imitar o diabetes tipo 2 em camundongos, os cientistas se
depararam com um novo hormônio,
chamado de betatrofina.
A boa notícia é que a betatrofina parece ser capaz de aumentar em muito o
número de células beta no pâncreas
– as mesmas células que produzem insulina.
O time de cientistas, liderado por Douglas Melton, co-diretor do
Instituto, crê que a betatrofina poderá ser utilizada no tratamento tanto do diabetes tipo 1
quanto do diabetes
tipo 2 no futuro próximo.
O PAPEL DAS CÉLULAS BETA NO DIABETES
No diabetes tipo 1, as células beta vão
sendo progressivamente destruídas pelo próprio sistema imune do paciente, que
se “confunde” e as reconhece como sendo nocivas. Aos poucos, conforme mais e mais
células beta são mortas, a produção de insulina cai drasticamente, levando ao
diabetes.
Há mais de 100 anos já se sabe que é possível regenerar parte
destas células beta perdidas, porém até hoje não foi possível gerar uma
quantidade razoável delas a fim de repôr as destruídas pelo sistema imune. Por
isso a notícia da descoberta da betatrofina gera muitas esperanças entre a
comunidade diabética.
AS BOAS NOVAS DA BETATROFINA
A equipe de Harvard, após descobrir o novo hormônio, criou
camundongos modificados geneticamente para produzir mais betatrofina no
pâncreas. O resultado foi um incrível
aumento de 30 vezes na produção de células beta pelo órgão. Com
isto, naturalmente, a quantidade de insulina presente no sangue destes animais
também subiu. Se este aumento ajuda ou não a controlar a glicemia dos roedores
será a questão abordada na próxima fase da pesquisa.
Caso o resultado seja positivo – ou seja, se de fato for
comprovado que a betatrofina ajuda a aumentar a produção de insulina -, os
cientistas acreditam que um tratamento para o diabetes em humanos poderá ser
testado em pouquíssimo tempo, dentro de 2 ou 3 anos.