quarta-feira, 5 de junho de 2013

Betatrofina, a “sucessora da insulina”


Entenda o que é a betatrofina, a “sucessora da insulina”


 
Descoberta de novo e poderoso hormônio que multiplica as células produtoras de insulina pode representar um enorme avanço terapêutico para diabéticos.
Pesquisadores do Instituto de Células-Tronco da Universidade de Harvard, nos EUA, tiveram uma agradável surpresa recentemente. Enquanto estudavam maneiras de imitar o diabetes tipo 2 em camundongos, os cientistas se depararam com um novo hormônio, chamado de betatrofina. A boa notícia é que a betatrofina parece ser capaz de aumentar em muito o número de células beta no pâncreas – as mesmas células que produzem insulina.
O time de cientistas, liderado por Douglas Melton, co-diretor do Instituto, crê que a betatrofina poderá ser utilizada no tratamento tanto do diabetes tipo 1 quanto do diabetes tipo 2 no futuro próximo.
O PAPEL DAS CÉLULAS BETA NO DIABETES
No diabetes tipo 1, as células beta vão sendo progressivamente destruídas pelo próprio sistema imune do paciente, que se “confunde” e as reconhece como sendo nocivas. Aos poucos, conforme mais e mais células beta são mortas, a produção de insulina cai drasticamente, levando ao diabetes.
Há mais de 100 anos já se sabe que é possível regenerar parte destas células beta perdidas, porém até hoje não foi possível gerar uma quantidade razoável delas a fim de repôr as destruídas pelo sistema imune. Por isso a notícia da descoberta da betatrofina gera muitas esperanças entre a comunidade diabética.
AS BOAS NOVAS DA BETATROFINA
A equipe de Harvard, após descobrir o novo hormônio, criou camundongos modificados geneticamente para produzir mais betatrofina no pâncreas. O resultado foi um incrível aumento de 30 vezes na produção de células beta pelo órgão. Com isto, naturalmente, a quantidade de insulina presente no sangue destes animais também subiu. Se este aumento ajuda ou não a controlar a glicemia dos roedores será a questão abordada na próxima fase da pesquisa.
Caso o resultado seja positivo – ou seja, se de fato for comprovado que a betatrofina ajuda a aumentar a produção de insulina -, os cientistas acreditam que um tratamento para o diabetes em humanos poderá ser testado em pouquíssimo tempo, dentro de 2 ou 3 anos.